Hoje a costura decide
O prazer desse ensejo.
Para cozinhar incide
Belas faces do desejo.
Cozer inspiração nossa
Para sustento do peito.
No dizer a boca possa,
Afirmar amor perfeito.
Uma bela companheira
Que saiba tecer o linho.
Mais que mulher rendeira
Nunca me deixe sozinho.
No ponto do ziguezague
Ternura de muitas flores.
Tecido que me afague
Como pétalas em cores.
Seus dotes não têm dano,
Ensina-me fazer renda.
Eu a ensino nesse plano,
A namorar como prenda.
No coser de cada passo
O casal não desvencilha.
A refazer cada laço
Do verso em redondilha.
Dos botões às casinhas,
Do duro brim ao veludo,
Das agulhas para linhas,
Ao bem que aquece tudo.
[Cristóvany Fróes]
Em ziguezague foi usada a redondilha maior
ResponderExcluirPara compor uma métrica,
Além das terminações dos versos em palavras
Paroxítonas usadas como rimas.
Tudo isso para falar de amor antigo
à costureira que além de coser a roupa do amado, tinha o prazer de cozer o alimento
que o sustentava.