quinta-feira, 3 de junho de 2010

ziguezague

Hoje a costura decide
O prazer desse ensejo.
Para cozinhar incide
Belas faces do desejo.

Cozer inspiração nossa
Para sustento do peito.
No dizer a boca possa,
Afirmar amor perfeito.

Uma bela companheira
Que saiba tecer o linho.
Mais que mulher rendeira
Nunca me deixe sozinho.

No ponto do ziguezague
Ternura de muitas flores.
Tecido que me afague
Como pétalas em cores.

Seus dotes não têm dano,
Ensina-me fazer renda.
Eu a ensino nesse plano,
A namorar como prenda.

No coser de cada passo
O casal não desvencilha.
A refazer cada laço
Do verso em redondilha.

Dos botões às casinhas,
Do duro brim ao veludo,
Das agulhas para linhas,
Ao bem que aquece tudo.

[Cristóvany Fróes]

Um comentário:

  1. Em ziguezague foi usada a redondilha maior
    Para compor uma métrica,
    Além das terminações dos versos em palavras
    Paroxítonas usadas como rimas.
    Tudo isso para falar de amor antigo
    à costureira que além de coser a roupa do amado, tinha o prazer de cozer o alimento
    que o sustentava.

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