quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dor

Eu queria ser parte da tua vida
Um fato, uma lembrança.
E não a mão que balança
Com o adeus da tua ida.
Eu queria de altivo porte
Estranho e duro, um verso.
Que meu clamor suporte
Por todo esse universo

Meus anseios ninguém adivinha
A minha dor não fala, anda sozinha.
Ó neve caída sobre o peito aquecido
Ó neblina, que cega visão minha.
E me impede enxergar um afeto oferecido

Minhas noites sempre tão escuras
Talvez por falta da tua luz
A deixar no peito uma amargura
Que desmaia na aurora e reluz
E minha alma a soluçar de dor
Bendita seja a lua, que seduz.
E bóia no céu como ave de condor
Bendito seja o mar que rir e encanta
A imensidão com o seu verdor

E eu a clamar de emoção tanta
Um beijo a mim reservado
Ou abraço que a solidão espanta
Tão grandioso como o corcovado.

Cristóvany Fróes

Nenhum comentário:

Postar um comentário