segunda-feira, 28 de junho de 2010

Esperado Sim

Agora, de repente quero perder,
Esse orgulho que me cega.
A realçar a força que me rega
E minhas intenções não esconder.

Desfrutar, um dia, seu doce beijo.
E com ardor, cindir meu momento,
Com o mais profundo sentimento,
E revelar as faces de um desejo.

Perder aquela terrível amargura,
Para aliviar o nó da garganta,
Pois muitas vezes me espanta,
Ver sua incrível face de candura.

Receber, talvez, o fascinante olhar,
Que só me faz perder a linha,
A alegrar a triste vida minha,
Para um novo caminho trilhar.

Desvendar as causas dessa dor,
A libertar o meu frágil peito,
A pedir o amparo no seu leito,
E revelar o que sinto com ardor.

Afugentar as possíveis malícias.
Dentre o calor de seus abraços,
Construir, então, grandes laços.
E me fortalecer nas suas caricias.

Ouvir, um dia, o esperado sim.
Palavra que essa mulher redime
Retirada do verso mais sublime
Que eu quero agora para mim.



Cristóvany Fróes

Dulceverso

Minha mãe me deu um verso,
Que concebeu bem materno,
No ventre eu transverso,
Provocar nascer eterno.

Minha mãe me deu um verso,
Feito com muita labuta,
A abrir outro universo,
Por mulher de boa conduta.

Minha mãe me deu um verso,
Em me dar honestidade;
Jamais caminho inverso,
Nem orgulho ou vaidade.

Minha mãe me deu um verso,
Com suor me deu comida;
Eu vendo mundo diverso,
Apressei minha partida.

Minha mãe me deu um verso,
Longe bem querer aumenta,
Dele nunca desconverso,
Se este peito agüenta.

Minha mãe me deu um verso,
Nada, porém, nos separa;
Mesmo estando adverso,
Seu carinho me ampara.

Minha mãe me deu um verso,
Para minha vida pegue;
Este amor que converso,
Com Dulce feliz prossegue.

[Cristóvany Fróes]

R A

Um pouco de conforto,
Um pouco de coerência,
Um pouco de consciência.
Quando não pago, me descabelo.
E aonde está o conforto ?
- Está na cadeira de pós-graduação.
Aqui nesta dura cadeira,
Nem nome eu tenho.
Sou apenas número...
Um número de passaporte escolar.
Entre códigos e tarifas.
Que rumo me dão?
- Não sei, de fato não sei.
O Meu tempo de vida
É de apenas vinte minutos.
Meus versos compõem dez centímetros.
Vinte minutos tudo que sei?
Talvez o silêncio diga mais.
E o que tenho meu deus?
Meu versículo custa $ 289,00
Ou quem sabe $ 316,00.
Pago os olhos da cara...
Pago a educação ou finjo a cegueira?

[ Natacha Orestes/ Paulo Teixeira/ Cristóvany Fróes]

Fatal

( À bela Lindovânia )



A serenidade da suave pétala me seduz,
Com o desabrochar do sorriso de Linda.
O brilho dos teus olhos minha vida conduz,
Na presença da bela, minha tristeza finda.

Ó minha Deusa de cabelos dourados,
De olhos e doces lábios tão perfeitos,
Que me deixam com os braços atados.
Ver voluptuoso corpo sem defeitos.

Tem um caminhar de elegantes passos.
A revelar todas as formas do desejo.
Um dia hei de desfrutar doces abraços,
Ou me render na delicia do teu beijo.

A tua presença marcante só faz bem,
Uma voz que ao redor transmite calma,
A certeza que no âmago amor contém.
E só teu eu revela a beleza da alma.

[Cristóvany Fróes]

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ao despertar

Ah, que devaneio...
Que estado de espírito!
Será que sonhei realmente?
Não, é a mais doce realidade.
Acorda amor!
Acorda!
Olhando-te aí deitada,
Recordo-me da noite passada;
Tantas palavras doces,
Tantos beijos molhados,
Tantos abraços apertados.
Acorda!
Acorda!
Acorda!
Já iluminaste minha vida,
Os meus sonhos,
Os meus anseios,
Os meus caminhos.
Agora estais aí a dormir.
Vamos, levante!
Veja que lindo dia!
O sol está a sorrir para ti,
O venta a espalhar o teu olor,
E o tempo, este quer te prolongar.
Avante, fique de pé!
Eu já me sinto o próprio Crusue
Sem a companhia de Sexta-feira.
Oh, tu me acostumaste mal.
A tua presença é como a do Manolim
Na vida de um velho pescador.
O teu sorriso é como o sol,
A desabrochar nos jardins do crepúsculo.
Agora, tu estás aí imóvel.
Como pode dormir tanto?
Será uma metamorfose?
Ó meu deus que tristeza!
Abriram a caixa de pandora.
E minha rosa virou crisântemo.
Ó flor cruel, por que agora?
Devolva a minha rosa.
Ó perfeita e dedicada Rosa...
Tu sempre foste tão companheira,
Tão terna,
Tão constante,
Tão eterna.
Agora vais embora de repente,
A levar contigo minha alegria.
E se é assim, contigo eu irei.
Mas, como partir?
A navalha!
A navalha!
A navalha!
Ó lâmina fria,
Torne finita esta dor.
- E vendo minha face no objeto...
Engano-me como um mouro tolo,
Sem necessidade de um Iago.
Até que de repente...
Não mais que de repente.
Um súbito abraço me assalta.
Que delicioso susto!
Surpreendido no desabrochar.
Que sorriso!
Que perfume!
Que siso!
Que lume!
Ó deusa, como tu és perfeita...
Mas, porque demoraste tanto?
Esperavas a aurora para despertar?
- Não, eu só queria prolongar
[ nossos momentos.

Cristóvany Fróes

sexta-feira, 18 de junho de 2010

João ninguém

Não chores não João.
Tu não és ninguém,
Falta-te arroz com feijão
E o que vestir também.
Não te restou um tostão,
Amanhã Deus provém.

Não chores não João.
A alegria convém,
As dificuldades se vão,
O ano novo já vem.
Fevereiro aquela emoção
E fome ninguém mais tem.

Não chores não João.
Junte o teu vintém,
Compre uma televisão,
Um dia tu serás alguém.
Em junho nossa seleção
E que deus diga amém.

Não chores não João.
Tu não dormes bem,
A chuva levou teu colchão
E tu ficaste aquém.
Nada restou do barracão,
Fazes outro ano que vem.

Não chores não João...



Cristóvany Fróes

sexta-feira, 4 de junho de 2010

UNIVERSIDADE

A FILOSOFIA, ESSA NAVE DE INDAGAÇÕES,
NA ÂNSIA DE ENTENDER O PRÓPRIO HOMEM
E O UNIVERSO EM QUE SE VIVE,
VEIO UM DIA A SE CHAMAR EDUCAÇÃO.
ASSIM COMO UMA ÁRVORE,
SUAS RAÍZES MERGULHAM NO SOLO
E BUSCAM O SUCO DA VIDA NESSE AMOR DA TERRA,
SUAS FOLHAS OXIGENAM A MENTE DOS JOVENS,
QUE TANTO PRECISAM ASPIRAR UM FUTURO.
AH! A SUSTENTAÇÃO... O CAULE.
SÃO ESSES PROFESSORES QUE COM AMOR
TORNAM POSSÍVEL A EDUCAÇÃO.

EU OUSARIA ACRESCENTAR UMAS LINHAS
DA MINHA DA MINHA LAVRA...
ISTO É UMA PÁ – LAVRA.
MAS, POR QUE PÁ?
POR QUE LAVRA?
EU ENTENDO PALAVRA COMO UM INSTRUMENTO
DE PREPARO DO SOLO,
IMPLANTAÇÃO DE SEMENTE E COLHEITA.
COISA DE POETA? TALVEZ...
TALVEZ TAMBÉM SEJA PRECISO DIZER QUE O POETA
COMO ESCAVADOR DE UMA LINGUAGEM
É UM INTRUMENTO DE CONHECIMENTO E DE AÇÃO.
ASSIM COMO DEVE SER O CIENTISTA NO CONTEXTO
DE SUA SIGNIFICAÇÃO E CIRCUNSTÂNCIA.

A EDUCAÇÃO É O QUE HÁ DE MAIS URGENTE
NAS PROVIDÊNCIAS NACIONAIS E
NA CONSCIÊNCIA DE BRASILIDADE...
DAS DORES MAIS REAIS
E MAIS NAS ILUSÕES DE NOSSAS ALEGRIAS.
DELA APRENDEMOS O SENTIDO DA VIDA,
A EXTENSÃO DO AMOR,
O SENSO DE CRITICIDADE,
O QUANTO VALE O HOMEM,
O TIPO DE SUOR, DE FORÇA E DE CORAGEM.
E QUE SÃO DE DOCES E TRISTES COISAS
QUE É FEITA A VIDA.


[CRISTÓVANY FRÓES]

Unidade

A unidade transformadora
Das polaridades não mudou
Em nada este meu eu.
Deixou-me à deriva, vagando
No tempo, espaço, fato,
Como um falso traste.
Exatamente como fora antes;
Sem identidade,
Sem aspirações,
Sem valias.
Esta unidade não me abandonou,
Ela deu-me oportunidade;
De refletir,
De contestar,
De analisar.
Até chegar a conformidade
Do mais simples gostar de ser.

[Cristóvany Fróes]

Brasília

Corre sem decoro;
distrito desgovernado
Avança o sinal.

Dom

És simplesmente o tudo no todo
E o segundo na escassez do tempo.
Carregas a semente do principio
E o poder de abrir novos horizontes.

Tu és como a natureza, desafiando
E encantando ilustres pensadores.
Tu és como uma rosa de ativo olor,
Exalando amor e atingindo almas.

Tu és como um poeta, recitando
Doces versos e abrandando corações.
Tu és como a esperança, proporcionando
Sonhos e razões para continuar.

Tu és o alicerce das nações, dando
Equilíbrio e projeção ao homem.
Tu és sobre todas as coisas,
O âmago do sentimento maior.
Amor...
(Cristóvany Fróes)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

ziguezague

Hoje a costura decide
O prazer desse ensejo.
Para cozinhar incide
Belas faces do desejo.

Cozer inspiração nossa
Para sustento do peito.
No dizer a boca possa,
Afirmar amor perfeito.

Uma bela companheira
Que saiba tecer o linho.
Mais que mulher rendeira
Nunca me deixe sozinho.

No ponto do ziguezague
Ternura de muitas flores.
Tecido que me afague
Como pétalas em cores.

Seus dotes não têm dano,
Ensina-me fazer renda.
Eu a ensino nesse plano,
A namorar como prenda.

No coser de cada passo
O casal não desvencilha.
A refazer cada laço
Do verso em redondilha.

Dos botões às casinhas,
Do duro brim ao veludo,
Das agulhas para linhas,
Ao bem que aquece tudo.

[Cristóvany Fróes]

Tique Taque

Chega uma lembrança.
Chega uma visão.
Chega uma esperança.
Chega uma ilusão.

Passa um ato.
Passa um nascer.
Passa um fato.
Passa um crescer.

Tique taque.
Tique taque.

Muda a rua.
Muda a cor.
Muda a lua.
Muda a dor.

Gira o paraíso.
Gira o lamento.
Gira o sorriso.
Gira o tormento.

Tique taque.
Tique taque.

Fica um som.
Fica uma vaidade.
Fica um tom.
Fica uma saudade.

Segue o lema.
Segue a lida.
Segue o tema.
Segue a vida.

Tique taque.
Tique taque.

Cristóvany Fróes

SE

Se o tempo ceifa, a vida segue.
Se morrer hoje, nasce amanhã.
Se o pecado é amargo doce é a maçã.
Se alguém afirma, há quem negue.

Se a face é clara, obscuro é o dorso.
Se a guerra é cruel, dela a paz depende.
Se falta coragem, a vitória não estende.
Se perder o talento, vence por esforço.

Se a saudade aperta, sinal que valeu a pena.
Se de repente caiu, é por que de pé estava.
Se há desespero, antes de esperança contava.
Se for egoísta, toda a consciência condena.

Se sente ódio, antes conheceu o amor.
Se encontrar defeito, antes foi vista a perfeição.
Se com frieza fizer, vai ocultar a emoção.
Se congela o peito, é tentar esconder o calor.

Se peso carrega, já conheceu a leveza.
Se for materialista, teme o apego a gente.
Se triste está, sempre esteve contente
Se for impolido, esconde a delicadeza.

Se desvencilhar um dia, já conheceu a fusão.
Se a pedra é rude, suave é a água que bate.
Se há vitória ou derrota, comodismo é empate.
Se o se fosse exato, não haveria suposição.

Cristóvany Fróes

Poltrona

Sempre há algo nocivo
Causado pela alienação
Dos meios de comunicação
A tornar o homem passivo

Para fazer uma revolução
É preciso muita atitude
A luta deve ser amiúde
Por meio da contestação

[cristóvany fróes]

Meus dias

Preciso não partir

A ter que te pedir

Preciso não ficar

Nesta sala vazia

Preciso acreditar

No que tu querias

Não que isso vá

Fazer-te minha

Preciso te encontrar

Em todos os meus dias

[Paulo Teixeira / Cristóvany Fróes]

Letras

Riscar, riscar, rabiscar...
Onde nada antes tinha
Letras e símbolos a criar.
Na margem da linha
Nasce a palavra em nós

Logo chega à boca
Da garganta tira os nós
A ânsia a deixa louca
Após mensagem nascer.
Com ardor, então, dizer.

[Cristóvany Fróes]

G & G

Gerindo gomo e a garra,
Na geada ou na garoa.

A genial garota guarda
O gesto e germina
O genuíno grão.

De grandeza e garbo,
Grita gracejando
E guiando glórias.

Gostosa, ganha na garganta
A galera e os galãs,
Garantindo a gota da gentileza.

Gamados gajos gaguejam
Ao glosar da gata
De gosto de graviola e glacê.

No gelado da garrafa
A gente em gládio,
Geme e gela goela.

Em gole de gim e Guaraná,
O glamour da gabiru
Gira nas galáxias.

E a Graice generosa
E graciosa, gera
Os gêneros garridos.

[Cristóvany Fróes]

Fascínio

Muito mais que uma descoberta,
É a visão de um mundo apraz.
A inspiração que tem Roberta,
Que o apogeu do saber nos traz.

As boas coisas sempre a cindir,
Sem abalar jamais o seu reduto,
Sem nunca na vida precisar pedir,
A sincera amizade como fruto.

Da estética a perfeição da tez.
Da doce voz a sutileza em falar.
Remete a vislumbrá-la outra vez,
A certeza na face e olhos a brilhar.

Tem uma serenidade em nada afã,
Absorvendo todo o bem calmamente.
Entre suas amizades sou seu fã.
Da aurora é Roberta simplesmente.

[Cristóvany Fróes]

Descobrindo

Eleger muitas palavras,
Em tecer signos, um mote.
Germinar de grandes lavras.
Para que um leitor note.

Fortes marcas explicitas,
Revelam mensagem clara.
Sutis formas implícitas,
Detalhar a face rara.

Dentre métrica, sentidos.
Relação de som, a rima.
Quartetos, tercetos, lidos.

Causam valor de tesouro.
Versos explicam à cima.
No desfecho, chave de ouro.

[Cristovany Fróes]

Atos e fatos

É preciso humanidade

É preciso gritar

É preciso utilidade

É preciso conquistar

É preciso entender

É preciso investir

É preciso conceder

É preciso resistir

É preciso ser real

É preciso contestar

É preciso ser leal

É preciso acreditar

É preciso ser forte

É preciso se animar

É preciso ter sorte

É preciso caminhar

É preciso ter missão

É preciso coerência

É preciso direção

É preciso consciência

É preciso desejar

É preciso uma labuta

É preciso viajar

É preciso boa conduta

É preciso dar sustento

É preciso um amor

É preciso estar atento

É preciso dar valor

É preciso clareza

É preciso uma nação

É preciso destreza

É preciso coração

Atos e fatos

Fazem e desfazem

[...A vida.

Cristóvany Fróes

Admirável

Em beleza é digna de veneração,
Lapidada por deus a cada instante.
Tem o senso maior de veneração,
Inteligência altiva sempre constante.

Belos cabelos jamais serão cãs,
Sorriso intenso nunca partir.
Exala o perfume suave das maçãs
Linda guerreia, nunca a vi carpir.

Ela lança na vida, gestos tão singelos,
Que um dia netuno ofertou-lhe o mar.
Andréa e divindade formam elos,
Ao ávido e carente sempre a amparar.

Um semblante que lembra néon.
Dos problemas oásis é Andréa,
Que ver em tudo um lado bom.
De amigos, um dia, terá platéia.

[Cristóvany Fróes]

Teimosia

Quando meu corpo perder a resistência
Ainda assim me manterei de pé
Quando as mãos perderem o tato
Ainda assim rabiscarei com atitude
Mas cadê a minha voz?
Oh, meu deus mataram a minha voz!
A sua ressurreição virá com um grito desumano;
Um grito de socorro,
De liberdade,
De alivio,
De atitude.
A máquina pensante em plena atividade
Criando, possibilidades de contestação.
E quando não houver mais nada;
Mais reflexos,
Mais aspirações,
Mais esperanças,
A morte enfim, estará declarada.
Apenas a morte do corpo, jamais do poeta.
E o poeta renascerá a cada amanhecer;
No gorjear dos pássaros,
No florescer dos jardins,
No reluzir dos astros.
Para loucamente a vida amar
E mais loucamente voltar a sonhar.


Cristóvany Fróes

Musa

De olhos gris, nos inspira conhecer.
Espontânea, verdadeira e doce voz.
Elegante em toar, cativa todos nós.
Ah, se todas fossem iguais a você.

Graciosa presença como quimérico
Perfeito sorriso estende-se infinito
Corpo informado como monólito
Cabelos seda nos levam ao esotérico.

Musa humilde inspira essa ode
Irradia humor que amigos colhem
Caráter e sinceridade como pólen
Nessa vida sã Graice tudo pode

Pensamento terno e mundo a conceber
Com idéias de paz, como sempre quis.
Tão serenas e suaves como a flor de lis.
Ah, se todas fossem iguais a você.

[Cristóvany Fróes]

Memórias

(A Christian e Isis)

As Lembranças vem,
As lembranças vão,
As lembranças vão e vem.
É só soltar a imaginação,
Onde tudo tem.
Bebendo e sorrindo,
Com profunda comoção.
Tristeza partindo.
Sentimentos sim,
Solidão não.

Terra querida, enfim:
Abordada,
Buscada,
Lembrada.
Como ao passado voltar:
Infância,
Adolescência,
Velhice jamais.
Almejando conquistas.
Talvez hoje,
Amanhã,
Depois,
Tanto faz.

O importante é vislumbrar...
Cada momento da nossa história.
Derrotas não e sim glórias.
Momentos que ficaram...
[...Em nossa memória.

[Robson Andrade/Cristóvany Fróes]

Itinerário

Antes de ônibus seta seguir,
Desce na esquina, sem direção.
A conquistar gajos e prosseguir
No namoro de curta duração.

Pseudônimo sempre a salva
No trabalho com a liberdade
Mesmo com título de Dalva
Preza de orgulho e vaidade

Na boite mostra arte da dança,
A chamar para o acasalamento,
O libidinoso que coração balança,
A pagar por um fugaz casamento.

Escrito na tabuleta em giz,
O valor pago pela ninfeta,
E talvez pela madura condiz,
A soma na ponta da caneta.

Vendo garotos, corre para cima
A deixar as vestes por um triz
Justificando ser sempre a “prima”.
E com “arte” atua, a mera atriz.

[ Cristóvany Fróes ]

Fragmentos

Acordei!
Levantei!
Nada vi,
Nada ouvi.
A cegueira e a solidão
Conspiraram entre si.
E eu ali entre a luz
E a escuridão, como um cego.
A solidão dói muito...
E o silêncio não é de tudo ruim,
Mas me transmite uma falsa paz.
A cegueira age como um Constante
Nevoeiro na linha do horizonte,
Privando-me de ver a beleza da vida.
Até que um dia,
Descobri o caminho da visão;
Ser social,
Ser amigo,
Ser verdadeiro.
Estender a mão,
Abrir um sorriso.
E no fundo do âmago,
Renascer um novo amor,
Desfazendo todo o mau;
Nem cegueira,
Nem nevoeiro,
Nem solidão;
Nada, porém, a perturbar.
Agora voltar a sentir,
A nítida paisagem
E obter a força de tornar
Fugaz toda solidão.

Cristóvany Fróes

Fantástica

Um olhar doce de menina flácida,
Charme de mulher feita e tímida.
O lirismo que tem Cristina plácida,
Com jeito de beleza perfeita e vívida.

Presença de força, encanto e ética.
Thais revela uma elegância súbita.
A firmeza causa espanto na estética
E a inteligência para ela é súdita.

Thais é sempre açucarada e tática
E tende a esbanjar nobreza e músculo.
Cristina é a mulher delicada fantástica
E mostra-nos a beleza como crepúsculo.

Houve um acidente no curso esotérico,
Thais corria mundo sem enfoque e crédito.
Cristina andava contente como quimérico,
Opostas, a fusão vem no choque inédito.

Surge a deusa dourada como espetáculo,
Thais Cristina traz brilho à vida lânguida.
Alegria de ser adocicada, se doa sem cálculo.
No seu âmago é lida a virtude esplêndida.

[Cristóvany Fróes ]

Eterna Busca

Em outros lábios, o teu sorriso.
Em outras senhoras, teus desejos.
Em outras mentes, o teu siso.
Em outras bocas, os teus beijos.

Em outras mãos, tuas caricias.
Em outras presenças, teu perfume.
Em outros ventres, tuas primícias.
Em outras almas, o teu lume.

Em outros olfatos, tua respiração.
Em outras casas, o teu lar.
Em outras fantasias, tua emoção.
Em outras cadeiras, teu rebolar.

Em outros eus, tua bagagem.
Em outros olhos, o teu olhar.
Em outras luas, tua viagem.
Em outros caminhos, teu trilhar.

Em outros vislumbres, tento te ver.
Em outros ensaios, um eu inquieto.
Em outras mulheres, busco teu ser.
Em outras, nunca teu eu por completo.

[Cristóvany Fróes]

Dor

Eu queria ser parte da tua vida
Um fato, uma lembrança.
E não a mão que balança
Com o adeus da tua ida.
Eu queria de altivo porte
Estranho e duro, um verso.
Que meu clamor suporte
Por todo esse universo

Meus anseios ninguém adivinha
A minha dor não fala, anda sozinha.
Ó neve caída sobre o peito aquecido
Ó neblina, que cega visão minha.
E me impede enxergar um afeto oferecido

Minhas noites sempre tão escuras
Talvez por falta da tua luz
A deixar no peito uma amargura
Que desmaia na aurora e reluz
E minha alma a soluçar de dor
Bendita seja a lua, que seduz.
E bóia no céu como ave de condor
Bendito seja o mar que rir e encanta
A imensidão com o seu verdor

E eu a clamar de emoção tanta
Um beijo a mim reservado
Ou abraço que a solidão espanta
Tão grandioso como o corcovado.

Cristóvany Fróes

Diferencial

Nem todo retorno é feliz
Nem todo dinheiro é suado
Nem todo pensamento se diz
Nem todo coração é alado

Nem todo português é Mané
Nem todo romance é perfeito
Nem todos caminham com fé
Nem todo abraço vem do peito

Nem toda batalha tem glória
Nem toda ajuda convém
Nem todo feito é história
Nem toda intenção faz bem

Nem todo beijo é ardente
Nem todo momento é fugaz
Nem toda rima é repente
Nem todo desejo é voraz

Nem todo nascer é rebento
Nem toda ligeira é edlene
Nem toda fama é talento
Nem todo evento é solene

Nem toda ajuda é bem vinda
Nem todo jovem é moderno
Nem toda Graice é linda
Nem todo amor é eterno

Nem todo mundo tem alma
Nem toda Andréa é perfeita
Nem toda Ruth é calma
Nem toda amizade é aceita

Nem toda vitória é por sorte
Nem toda Roberta é fascínio
Nem toda Thais é tão forte
Nem todo balanço é declínio

Nem todo amigo nos trai
Nem toda jôse persiste
Nem toda Mirella atrai
Nem toda musa existe

Nem toda origem é mistério
Nem toda idéia é esquema
Nem todo discurso é sério
Nem toda negação é poema

Cristóvany Fróes

Vilancete

Mote:

No alicerce a moral não sugere,
Os colonos que cuidam dessa terra;
Degredados que o estado encerra.


Voltas:

Oh, quanto castigo na cor da pele.
Nus da terra na fé manipulados.
Nobres hirtos seriam exilados?
Lutar pelo poder nunca sugere
O valor do homem que ferro fere
Ouro e prata de suor dessa terra.
Degredados que o estado encerra


Barganha ultramarina mercante
Máquina que navega leva o cobre
Laborioso nato sempre pobre
Gentil pátria amada amante
Com colonos de rigidez constante
No presente o sistema também erra
Degredados que o estado encerra.

[Cristóvany Fróes]

Um fim

Quando derrubam castelos
Nunca se sabe o que dói mais
Um oceano desfeito
Um coração sem vida
Um sonho interrompido
A voz que se calou
Os olhos que se fecharam

Nasce uma saudade
E o tempo que não passa
Um dia
Um ano
Um século
Talvez um vazio
Como lidar com tantas incertezas?

Muitas coisas vêm a perturbar
As lembranças que perseguem
As aspirações que se perderam
As várias faces de uma dor
Logo vem a tristeza de um adeus
E a esperança de um novo começo

( Cristóvany Fróes )

Reflexo

Nada a ser visto
Nada além da imagem
Nada mais que isto:
Beleza,
Encanto,
Nobreza.
Tristes vaidades

Julgando a face
Não vêem o disfarce
Sem momento
Sem convicção
Sem sentimento
Pobres mortais
Reféns da imagem.

Não sabem ser...
Traem o amor
Perdem a razão
Descobrem a dor
Não têm coração.

( Cristóvany Fróes )

Matemática

Apaixonados,
Somamos nossos corações,
Que se fundem,
A tornarem-se apenas um
Esse novo coração
Fica dividido
Apenas por dois respectivos corpos
Cada um deles retém a metade
Contando os minutos,
Diminuindo a distancia,
Calculando os desejos
Para ardentemente juntos
Multiplicarmos os sonhos.

( Cristóvany Fróes )

Lua roubada

A lua que era dos poetas
A ciência roubou
Vou recorrer às estrelas
Para falar de amor

Nas estrelas tenho esperança
De um dia voltar a amar
E ouvir o sorriso da criança
Como uma canção de ninar

Vem a ciência tentando destruir
Toda chance do homem sonhar
Com as estrelas espero construir
Lindos castelos a beira mar

A beira mar eu rogo a deus
Que de volta me traga a lua
E todos os poetas que são seus
E que a minha vida seja sua

Os astros e os poetas são amantes
Quando Juntos adocicam a vida
Entregam-se a amores constantes
Felizes brindam à ciência vencida

A lua que era dos poetas
A ciência roubou
Vou recorrer às estrelas
Para falar de amor

[Nevas Amaral / Cristóvany Fróes]