quarta-feira, 23 de março de 2011

A figura nas mil e uma noites

Bom, Shariar tinha um alto grau de alegria
"A vida é um palco iluminado", Dizia.
Ele que era o rei da honra e da alegria;
Sim, ele amava como as criancinhas.
Ao ir pegar o brilho da lua, foi surpreendido...
Sua esposa furtava sua confiança, com outro.

E com espada na mão, em lúcida loucura,
Fez: Shaaap ! E eles bateram as botas.
- Quem com ferro fere com ferro será ferido !
Desde, então, o sol amanhecia triste e escondido.
Decepcionado, ele virou um poço de máguas.

A esposa de seu irmão também era uma santa...
Quanto as mulheres, ele não as amava, as odiava;
Decide casar-se, enganá-las, matá-las de manhã.
Cada alvorada mandava matar o homem uma noiva
E sob as dores e sob a tristeza, surge Xerazade,
Noiva sagaz de muita esperteza, planeja sobreviver.
O plano era entretê-lo,
O plano era contar histórias,
O plano era conquistá -lo.
Ela não era má contadora de histórias,
E o rei já estava cheio de se sentir vazio.

As histórias que Xerazade contava, Shariar ouvia.
E o rapaz chorava rios, quando não morria de rir;
Parava os contos, e a moça dormia transparente de manhã.
Após mil e uma noites, o olhar dela era doce para ele.
O vento vinha ventando e ele via a hora do perdão:
_ Xerazade bela Xerazada és puro amor, me perdôe...
Ela concedendo a seu rei o perdão, com ele se entrelaçou,
E eles gorjearam de amores até o fim de seus dias...

[ Cristóvany Fróes ]

terça-feira, 22 de março de 2011

Amazônia

Paraiso, nobre peito da terra.
Floresta, encantada de verdade.
Sorriso, expressão que não encerra.
Esta, o pulmão da humanidade.

Arvores produzem os doces frutos.
Suas ervas curam corpo e alma.
Pássaros cantam júbilo sem lutos.
Animais felizes brincam com calma.

Os indios que brigam por esta terra,
Percebem que preservar é certeiro.
Toda fauna e flora também berra.

Preservar é amar os nossos herdeiros,
Pois há força superior na terra,
Floresta nossa, Deus, brasileiro.

[ Cristóvany Fróes ]

domingo, 20 de março de 2011

O sono

Na ânsia de escrever
Deixo o tempo esvair
Criação há de prover
O lugar aonde ir

O sono que me chega
Interrompe o poema
Surge figura da nega
A provocar o esquema

O regaço me chama
Ao leito de tatame
Lá há moça bacana
A espera que eu a ame

Eu o único candidato
A tê-la eternamente
Na folha o relato
Do romance ardente

Viajo com macunaíma
Como fez o velho Mário
Nos braços da menina
Inventada no diário

Acordo seguinte dia
No impacto do susto
Ao ver cama vazia
Crer com muito custo

Lá musa não havia
Apenas uma viagem
Que a mente fantasia
No texto sem margem

Com caneta em punho
E os olhos pro teto
Em posse de rascunho
Do poema incompleto

[ Cristóvany Fróes ]

quarta-feira, 16 de março de 2011

Eterno vislumbre

É perenal !!!
Ó deusa jambo
de olhos jabuticabais,
o momento em que
tu passas por mim.
O céu e a terra se misturam,
criando galáxias animadas.
É divino!!!
Sorte é te ver desabrochar
num belo sorriso...
As rosas do jardim
de meus sonhos
abrem e fecham,
no ritmo acelerado
de um coração aflito.
Os teus negros cabelos
Voam como aves de condor
em busca da presa.
Oh, Como és linda !!!
O teu caminhar
é como o passo
da valsa apaixonada
dos amantes febris.
A tua boca é a aurora
que o horizonte enrubesceu
no leve clarão da lua cheia.
E na praça dos prazeres,
sob a suave brisa,
uma canção te embala.
E no sutil balançar
de teus quadris;
sinto ,então, todos
os murmúrios voluptuosos,
a te despirem em palpites
espetaculares.
De repente tu partes,
mas fica em mim,
mesmo no claro dorso
de meus devaneios,
tua presença vislumbrada
em minh'alma.

[Cristóvany Fróes]

sábado, 12 de março de 2011

REVER

Quando disse eu, ouviu ué.
Quando disse ramos, foi somar.
Quando disse elo, deu olé.
Quando disse Raul, viu o luar.

Quando disse Marias, já saíram.
Quando disse rodo, sentiu odor.
Quando disse marrocos, me socorram.
Quando disse rota, fez o ator.

Quando disse ralem, foi melar.
Quando disse ira, viu Ari.
Quando disse rata, foi atar.
Quando disse iris, viu siri.

Quando disse os, estava só.
Quando disse Alani, não inala.
Quando disse on, me deu um nó.
Quando disse alas, fez a sala.

Quando disse olá, ouviu alô.
Quando disse Lina, viu anil.
Quando disse ova, leu avô.
Quando disse livres, foi servil.

Quando disse lavo, leu oval.
Quando disse aro, entendeu ora.
Quando disse latem, leu metal.
Quando disse aroma, deu amora.

Quando disse raro, foi orar.
Quando disse rolo, leu olor.
Quando disse rara, foi arar.
Quando disse Roma, teve amor.


[ Cristovany Fróes ]