sexta-feira, 28 de maio de 2010

O sono

Na ânsia de escrever
Deixo o tempo esvair
Criação há de prover
O lugar aonde ir

O sono que me chega
Interrompe o poema
Surge figura da nega
A provocar a cena

O regaço me chama
Ao leito de tatame
Lá há moça bacana
A espera que eu a ame

Eu o único candidato
A tê-la eternamente
Na folha o retrato
Do romance ardente

Viajo como Macunaíma
Como fez o velho Mário
Nos braços da menina
Inventada no diário

Acordo seguinte dia
No impacto do susto
Ao ver cama vazia
Acredito com muito custo

Lá, musa não havia,
Apenas uma viagem
Que a mente fantasia
No texto sem margem

De caneta em punho
E olhos no teto
Percebo o rascunho
Do poema incompleto

( Cristóvany Fróes)

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