domingo, 30 de maio de 2010

Marcante

Dia cinza dia nu,
Dia cinza dia nu.
Um silêncio incômodo,
Nada se ouve.
Nada!
Nem pássaro,
Nem vento,
Nem mar.
No peito, intempéries.
Sem brilho, descolore,
Tudo!
Da planta, a cicuta,
Do chão, o abismo,
Da rosa, os espinhos.

De repente, se ouve passos.
Será música incorpórea?
Ao longe vem a Tereza;
Canta pássaro,
Sopra vento,
Há ondas ao mar.
Surge, então, um sorriso...
Tudo brilha,
Tudo brilha,
Tudo brilha.

O peito se acalma,
As cores se revelam...
Da planta, a cura,
Do chão, o amparo,
Da rosa, as pétalas.
Sinos são ouvidos;
Calafrios são sentidos,
Arrepios ao corpo...
Chega a Tereza,
Toda envolvente.
O dia se veste
E nasce o sol.

[Cristóvany Fróes]

Nenhum comentário:

Postar um comentário