sexta-feira, 28 de maio de 2010

EXCÊNTRICO

Excêntrico!
Nada mais que excêntrico
Um homem comum
A buscar versos simples.
E no centro de um mundo,
Descobre seu humanismo.
Passa noites em claro
Viajando em devaneios.
Escuta o barulho do silêncio.
Ama as anáforas,
Ama os adjetivos,
Ama a idéia de amar.
Prolonga os bons momentos,
Reproduz a natureza
Em surto de naturalismo.
Constrói castelos de areia
E se o vento os derrubar,
Edifica outros, ainda maiores.
E se muda para lá.
Não tem sono,
Não tem sede,
Não tem fome.
A poesia lhe serve de sustento;
Ela oferece muitos eus
Dentro de seu próprio eu
Não é clássico, nem ortodoxo,
Mas admira antigos estilos.
E quando deixa de escrever:
Mata o bom gosto,
Mata o bom senso,
Mata o romantismo.
Seria um assassino? Jamais.
Talvez um amante do realismo,
A se basear em fatos para fantasiar.
De repente, com caneta em mãos.
Na ânsia de produzir,
Cria vida nova, novo vigor,
Em um possível renascimento.
E na liberdade da arte moderna,
Sem se preocupar com métrica,
Germina um verso estranho e livre.

[Cristóvany Fróes]

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