domingo, 30 de maio de 2010

FOTONALISA

Na parede da sala a fotografia da mulher
Dirige-me um penetrante e atraente olhar.
Induzindo-me a retirá-la da parede.
Fascinado, eu a tenho em minhas mãos,
Como uma rosa de perfume suave e indefinido.
Uma penumbra invade o interior do ambiente
E louco de tanto desejo, me desespero:
Choro,
Grito,
Clamo.
Eu a provoco, como se quisesse trazê-la à vida.
Uma hipnose paralisa-me enquanto eu vejo
Nascer em seu peito, um grande coração...
E na animação de um tique taque a bombear
Sangue por todo o seu corpo, ela revela-se viva.
Como uma pluma, suavemente levanta-se.
Abraça-me,
Beija-me,
Toma me.
De repente, não mais que de repente.
Ela pega-me em seus braços e decola,
Desafiando as forças da gravidade,
Proporcionando-me mágicos momentos...
Diante dos olhos, tenho todos os astros:
Planetas,
Cometas,
Estrelas...
E então, chegando à majestosa lua
Ela deixa-me à deriva e se vai sem dizer adeus.
Acordei atordoado, sem nenhum lamento,
Pois a fotografia não dá o movimento.

(Cristóvany Fróes)

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