Finge não me ver.
Bela, joga os cabelos,
e passa.
Faz-se desentendida,
como paisagem, vai
encantadora.
Sinto-a dissimular...
Fala alto, quer ser
percebida.
Eu me aproximo,
rápido se afasta.
Eu a chamo...
Não me ouve, insisto.
Ela, então, grita:
- Sai!!!
Tento agarrá-la,
recusa-me.
E eu a pego...
Ela se esperneia
Puxo-a para mim,
roubo beijos...
Cruel, morde-me...
Mordido eu a beijo
de novo.
Agora com fervor.
Eu a pego no colo,
ela sorria.
Pede para descer,
ponho-a no chão.
Dá-me abraço...
Sai, vira as costas,
promete fazer
queixa.
Eu digo não ligar...
Chamo-a de gueixa.
Desabrocha...
Volta, abraça-me,
diz que me quer
e beija-me...
Morde-me o lábio,
afasta-se rápido
com desdém.
Avanço, ela afasta-se
empurra-me e diz:
_ De...de mau!
_Não me fale!
Perco as palavras,
Fico inerte.
Agora vai embora,
não olha para traz
e ignora-me.
Meu peito, as dúvidas...
Incertezas do querer
que não me quer.
No fundo, esperanças...
amanhã ainda vê-la,
estar pertinho.
Poder, talvez, tê-la
por um momento,
eterno instante.
( Cristovany Fróes )
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