Eu sou a sombra do penhasco,
o suicídio impensado.
Eu sou a mágoa sem motivo,
a angustia contínua.
Eu sou o choro incessante,
o grito no deserto.
Eu sou a amargura do boldo,
a saliva indegustável.
Eu sou o passado esquecido,
o ser invisível.
Eu sou o caco de vidro,
o corte profundo.
Eu sou o sonho que passou,
o pesadelo contínuo.
Eu sou a triste morte lenta,
a dor incessante.
Eu sou o dorso chicoteado,
O réu sem defesa.
Eu sou o terrível desespero,
a flor despedaçada.
Eu sou a espera de um alguém...
Que nunca apareceu.
( Cristóvany Fróes)
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