terça-feira, 10 de maio de 2011

O cargo

Oh! quão melancólica
a vida do deputado,
nem o emplasto Brás Cubas
poderia curá-lo.
Pobre homem!
Quanto aos sentires;
ele sente dó, lares distantes
e outros bens...
Que pena!
Tanto decoro há
para cumprir,
que é dificil decorar.
Contudo,
nada a se preocupar,
seu povo está seguro
em terra firme
e o nobre, além-mar.
Ah! Aqueles cruzeiros
a torturá-lo
com tanto desconforto...
Será por isso o languor ?
Como escafandrista,
ele fica imerso
em umbráticos projetos,
a serviço de outrem.
E nessa selva de raposas
e leões,
a honestidade é um bicho
desconhecido.
E no cargo,
de-pu-ta-do, sem as silabas,
inicial e final,
a palavra que fica é sempre
melancólica.

( Cristóvany Fróes )

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