terça-feira, 13 de julho de 2010

O silêncio

Há um silêncio incômodo...
Um silêncio de passos trôpegos,
Um calar dos sentidos,
Um forçar da inércia.
Não me rendo a esse silêncio,
Não ao silêncio da escrita,
Mas da palavra propriamente dita.
O matar da voz,
Do grito,
Da toada lúcida.
Há uma vontade voraz
Que me induz a um querer,
Um dizer,
Um contestar,
Um expressar tudo,
Sem a necessidade lógica da linguagem,
Como se o silêncio chegasse à mão
E libertasse o gesto absoluto.
E essa mão fazer nascer novos signos,
Que entrelaçados formam léxicos
Na conformidade de um espaço uno.
Para que se revele tudo o que sinto.

Cristóvany Fróes

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