sábado, 17 de julho de 2010

Não fui, nem sou.

Como posso ser se não sei se fui;
Ou se o tempo é que foi por mim?
Eu não sou eu.
Eu sou uma incógnita.
Eu sou apenas o muro
[Que divide o ser do não ser.
E se existe um eu...
Eu sou o que o tempo quer que eu seja.
Estática! Talvez, seja a palavra certa
[Para nomear minha existência
E eu apenas estou em mim.
O eu de ontem não é o de hoje,
Nem será o mesmo de amanhã.
O "me" só existe nesta lucidez do momento,
No instante em que me acho
[Existente e válido.
E neste estado de transe
[Que me vejo diante do espelho,
Não sei o que me afeta
Ou se sou o próprio afetar;
Um afetar de um ser imaginário,
Que o tempo insiste em recriar.
Não!
Não sei o que me vale
[Se não valho sequer o tempo de um verso.
Um verso pode durar um minuto
Ou uma eternidade.
E um eu, dura o tempo que ceifa
Ou a percepção de um simples engano.

Cristóvany Fróes

Nenhum comentário:

Postar um comentário