sexta-feira, 15 de julho de 2011

Uma loucura

E ele era um jovem que amava com candura,
daqueles que sorria até mesmo sem motivo.
E a felicidade lhe era uma comum fervura
de uma alegre vida, num cotidiano ativo.
E o povo dizia: Uma loucura!

E seus passeios era com a mais bela figura,
Tereza, mulher de encantos espetaculares.
E o sentimento maior reinava com muita doçura,
até mesmo nas palavras que diziam seus olhares.
Para muitos, uma loucura...

E durante anos esse amor lhe fora uma fartura,
sempre degustado como o mais delicioso alimento.
E a reciprocidade desse bem era uma aventura,
que acalmava seu açucarado peito ciumento.
E todos: Uma loucura!

E aquele rapaz já não sorria mais a essa altura,
andava tristonho, lamentando pelos cantos isolado.
E a mudança que lhe provinha era de uma desventura,
seu bem maior se foi, e de Deus ela estava ao lado.
Pensavam... Uma loucura...

E o ser melancólico contestava sobre a sepultura.
_Por quê? Por que tu foste embora, ó bela companheira?
E a sua tristeza e o desespero não se fazia mistura,
pois os passeios ele voltara a fazer de outra maneira.
É mais uma loucura...

E o homem manifestava-se contra a nova estrutura,
que transformava a cidade e o tempo de outrora.
E que derrubavam árvores, destroíam praças por usura;
um teatro caiu e deu lugar a uma fábrica motora.
Os vizinhos: Uma loucura!

E o senhor reclamava das mudanças com bravura,
das coisas que deixaram de existir no cenário.
E outro dia queseram demolir o bar da literatura,
no local, o velho foi detido por manifesto contrário.
E a polícia: É uma loucura...

E o cárcere explicava os protestos e sua azedura,
que derrubaram a árvore, onde primeiro viu seu bem.
E da praça destruída, os namoros com a sua fofura,
mesmo o teatro, lembrou primeiro encontro também.
Lembrar é uma loucura!

E sobre o bar, o idoso queixoso falava de amor e da jura,
que a amaria para sempre, pois seu peito é fraterno.
E poupado o bar, o louco voltou a sorrir sem amargura.
Agora livre, vai continuar a amar esse louco amor eterno.
Éh, amar é uma loucura...

( Cristóvany Fróes )

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