segunda-feira, 25 de julho de 2011

Caixa de ilusões

Quando liga a caixa se esquece...
Mas esquece de si e vive a imagem.
A caixa de pandora acumula audiência:
Cenas cotidianas de novelas,
Cenas chocantes de filmes,
Cenas de muitas reportagens.
E a vida passando diante dos olhos.

No sofá, o inerte corpo se espalha.
E a imagem vai ditando as regras...
A tevê impõe uma verossimilhança.
E a atenção da família é furtada:
" -Silêncio! Eu estou assistindo..."
Uma emoção fictícia a fazer chorar...
E a vida passando diante dos olhos.

O mercado de ilusões a todo vapor:
A coca-cola que vai matar a sede;
O shampoo a deixar o cabelo lindo;
A cerveja é o elixir para a alegria.
É obrigatório comprar para ser atual.
Compram, e vão consumindo o olhar...
E a vida passando diante dos olhos.

A toda hora a atenção é assaltada.
É um bombardeio de produtos "úteis".
A garota vende programa e ideologias.
A sexualidade é a alma do negócio.
A criança vende o inocente sorriso...
E o vídeo apassivador finge interagir.
E a vida passando diante dos olhos.

Coagido, o ser já não é mais dono de si.
A vida é ditada pelo frenético aparelho.
E a passividade impregnou-se n'alma;
Mas o cartão de crédito paga tudo.
O cartão paga até o que não precisa.
E a caixa furta até o ultimo olhar...
E a vida passando diante dos olhos.

E a vida vai passando...

( Cristóvany Fróes )

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