terça-feira, 12 de abril de 2011

Leilão da Saúde

O hospital maternidade em que nasci
[Foi o Santa Isabel;
Não era perfeito, mas funcionava...
Quantas crianças nasceram,
Quantas esperanças de futuro,
Quantos sonhos se fizeram.
E os milagres? E a cura?
Ó Santa Isabel, tu eras o berço de uma
[existência;
Tu fostes sempre uma referência ilheense,
Tinhas o valor que o cacau nunca teve.
Tu tornavas possível a vida humana,
[o rebento.
Agora há ao redor de ti somente ecos...
E não são choros ou sorrisos de crianças.
Não!
Os ecos são ensurdecedores, ferem os
[nossos ouvidos e a moral ...
Eles são de verdadeiros pregões.
Como se uma feira livre se formasse em
[torno de ti;
-Olha o berçário! Quem vai querer?
-Olha a identidade ilheense!
-Olha o Santa! -Olha o Santa!
-Quem dá mais? -Quem dá mais?
E na batida final do martelo, tu foste vendido
[para o cidadão de gravata.
Tu és agora uma propriedade privada, privado
[de voltar a ser uma maternidade.
O que farão de ti, ó Santa Isabel?
E o que será das novas gerações?

[Cristóvany Fróes]

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