domingo, 20 de março de 2011

O sono

Na ânsia de escrever
Deixo o tempo esvair
Criação há de prover
O lugar aonde ir

O sono que me chega
Interrompe o poema
Surge figura da nega
A provocar o esquema

O regaço me chama
Ao leito de tatame
Lá há moça bacana
A espera que eu a ame

Eu o único candidato
A tê-la eternamente
Na folha o relato
Do romance ardente

Viajo com macunaíma
Como fez o velho Mário
Nos braços da menina
Inventada no diário

Acordo seguinte dia
No impacto do susto
Ao ver cama vazia
Crer com muito custo

Lá musa não havia
Apenas uma viagem
Que a mente fantasia
No texto sem margem

Com caneta em punho
E os olhos pro teto
Em posse de rascunho
Do poema incompleto

[ Cristóvany Fróes ]

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