quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tardes

Tardes da minha terra, doce encanto.
Tardes de sol, de brilho intenso.
Tardes de Ilhéus, as tardes de domingo...

As pessoas sentadas nas calçadas contavam estórias
[daquelas que Rosa contava quando eu menino.
As mulheres surgiam como transeuntes,
[A deixarem no ar, o olor de jasmim.
Aquele perfume era eternizado em nossos olfatos,
[Como se neles já estivasse nascido.

Vinham os pregões e musicavam as ruas:
Olha a cocada!
Olha a rapadura!
Olha o pé de moleque!
-Quanto é?
-Pro senhor... Dez.
-Dê cá um!
E todos comiam num prazer absoluto.
As horas iam se esvaindo até que o sol
[Iniciasse sua partida.

Via-se, então, o crepúsculo se fazer e se desfazer.
As crianças corriam para abraçar seus pais...
E as esposas colhiam olhares doces dos maridos.
As moças ficavam nas janelas de olhares perdidos.
Os rapazes as cortejavam de chapéu na mão.
A noite caía e ficava a certeza de que no dia
[seguinte ainda se teria outras tardes assim...

(Cristóvany Fróes)

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