sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Acordo Imperativo

-Está proibido!!!
Diz o acordo imperativo...
_Vamos proibir as diferenças!!!
E na ambiguidade do ser
o trema foi extinto;
Banido como assassino de português.

Vê-se, então, crimes em ditongos abertos
E ideia agora ficou passiva,
pois perdeu seu agudo.
A plateia agora fica em pé,
já que o acento caiu.
Cair dói,
mas dói permanece acentuado.

Que bom!
O céu ainda tem estrelas e acento,
assim como o véu, da bela noiva.
E se viajar de hiatos...Cuidado!
Voo agora está sem acento.
Vocês creem nisso?
Muitos creem,
mas sem acentuar...

Não gostou, então, para,
mas não acentue.
Sem o diferencial tudo fica  igual.
Nem a feiura escapou.
Coitada!
Como alguém pôde fazer isso?
Sim, e pôde pode pôr acento.

E o maior vilão é o hífen
É algo semirreal;
agora também juntinho.
A autoafirmação se juntou,
assim como mandachuva do acordo.
O arquirromântico está sozinho,
triste por ter se unificado.

De repente, um beija-flor passa
beijando seu lindo hífen...
E nas asas do beija-flor
as exceções trazem
um fio de esperança e liberdade.

( Cristóvany Fróes )

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